Tegestologia

O que quer dizer?

O nome internacionalmente utilizado para a coleção de bolachas de chopp — Tegestologia (Tegestology, em inglês) — foi dado em homenagem a uma esteirinha de junco que os antigos gregos usavam embaixo de objetos e chamava-se “tegestos”.

Como os gregos já produziam cerveja (a invenção data de 7000 A.C.), vai lá que a mulher de Hércules colocava um tegestos debaixo da caneca que ele tomava depois de voltar de seus 12 trabalhos…

Enfim, na minha opinião, “tegestologia” é uma palavra claramente mal empregada para o colecionismo, já que “logia” quer dizer “estudo”. O sufixo latino “filia” (amizade) seria bem mais apropriado, como se usa em cartofilia, para a coleção de cartões postais.

História das Bolachas

A história das bolachas de chopp remonta ao século XIX. Os primeiros registros apontam que, em torno de 1880, na cidade alemã de Weisenbach, já apareceram as primeiras peças de cartão grosso, produzidas artesanalmente, para evitar que derramasse nas mesas a espuma das enormes canecas de cerveja que eram usadas na época.

O passo seguinte aconteceu em 25 de outubro de 1892, também na Alemanha, quando Robert Sputh, aos 49 anos de idade, na cidade de Dresden, capital do estado da Saxônia, percebeu a demanda do mercado e patenteou o processo de fazer as bases de fibra prensada já usando um molde padronizado.

As primeiras bolachas tinham de 2,5mm a 4mm de espessura, rapidamente se espalhando pela Alemanha. Em 1900, começaram a ser usadas como meio publicitário, exibindo imagens monocromáticas com a marca da cervejaria. O primeiro a ficar rico com a invenção, no entanto, foi Casimir Otto Katz, que em 1903 montou uma indústria para produzir bolachas em grande escala. Sua empresa, a Katz Group, existe até hoje, produzindo cerca de 1,4 bilhões de bolachas por ano.

Entre 1918 e 1938, a nova invenção chegou à Inglaterra, onde também há grande consumo de cerveja. No Brasil, a moda demorou a chegar. As primeiras bolachas, lançadas pela Brahma e pela Antarctica (quem foi a primeira?) foram vistas na década de 60.

Nomenclatura

Segundo levantamento do site Cervisiafilia, do colecionador Carlos Coutinho, estes são os nomes dados às bolachas em diversas línguas:

Alemão: Bierdeckel, bierfilz ou bierglasunterleger
Belga: Bierkaartje
Croata: Polozak za pivo
Esloveno: Podstavek za pivo
Espanhol: Posa vaso
Estoniano: Olu alus
Finlandês: lasin alusta
Francês: Sous bock
Hebraico: Tachtiot le kos
Holandês: Bierviltje
Inglês (Estados Unidos): Coaster
Inglês (Inglaterra): Beermat
Italiano: Sottobicchiere
Japonês: Ko-su-ta
Norueguês: öi brikke, öfunderlagg
Russo: Podstavka pivo
Sueco: Sejdelunderlägg
Tcheco: Takek
Turco: Bira altigli

Detalhes Técnicos

Ao longo do tempo, os fabricantes brasileiros adotaram como bolacha padrão a feita em papelão paraná de 9cm de diâmetro por 1,5mm de espessura. O paraná é fabricado com fibras geralmente virgens de pinho transformado em pasta mecânica, tendo, por isso, a cor parda que lembra a polpa de madeira.

Para melhorar a qualidade de impressão, passou a existir também bolachas impressas em cartão duplex ou triplex, sendo o paraná coberto em uma ou duas faces por papel branqueado.

Felizmente, como o mercado publicitário não gosta de ficar só no padrão, há inúmeras bolachas com dimensões e formatos próprios, enriquecendo o visual das coleções.

Na Katz Group, os padrões utilizados são de 94mm de lado com 6mm de radius, nos cantos, para a bolacha quadrada; e de 93mm de diâmetro para a bolacha redonda. A espessura pode variar entre 1.0mm e 2.5mm.